quarta-feira, 10 de julho de 2013

DODGE GRAN SEDAN

 
NO AUGE DA MARCA NO BRASIL, NENHUM MODELO DA LINHA ERA MAIS REQUINTADO QUE ESSE DODGE V8

A linha 1973 representou uma importante evolução para os Dodge V8 em dois sentidos. No design, pela primeira vez os modelos receberam uma atualização visual relevante - ganharam faróis com base retangular e grade mais simples, onde se esconderam os piscas, que agora só eram vistos acesos. Além disso, surgiram novas versões, que revigoraram o apelo do carro, que era um dos principais símbolos da época do chamado Milagre Econômico - o Gran Sedan tornava- se o topo de linha na vertente luxo, enquanto o Charger R/T era o Dodge mais esportivo.

Apesar de ter nomes distintos, todos os Dodge V8 eram, na prática, variações do Dart. O Gran Sedan equivalia à versão mais requintada do Dart sedã vendida até então. Com teto de vinil, ele trazia como opcionais ar-condicionado, direção hidráulica, freios a disco, rádio de três faixas, cinto de segurança de três pontos, botão de regulagem do retrovisor externo, retrovisor antiofuscante interno e pintura metálica. Na traseira, uma faixa cromada e quadriculada separava as lanternas.

Na mecânica, manteve o V8 sem grandes alterações. Com 5,2 litros, produzia 198 cv e 41,5 mkgf. "Sua força aparece principalmente nas arrancadas e nas subidas, que esses carros vencem com a mesma facilidade com que andam numa estrada plana", dissemos no teste de outubro de 1972. "O motor é tão elástico que nas estradas dificilmente é necessário reduzir de terceira para segunda; e na cidade pode-se até dispensar a primeira, arrancando simplesmente em segunda; ou então em primeira, passando diretamente para terceira." Frenagens e estabilidade também eram destaques. 

Para 1975, ele recebeu novo visual que o destacou entre os sedãs Dodge. Era a grade quadriculada do Charger 1973-74, mas com bordas cromadas. Com os faróis por trás dela, mesclava agressividade a seu estilo mais formal. No comparativo de junho de 1976, o Dodge encarou o Ford Galaxie 500, o Chevrolet Comodoro, o Maverick sedã V8 e o Alfa Romeo 2300. Ele ficou em segundo lugar em aspectos importantes. O acabamento do Gran Sedan era quase tão bom quanto o do Galaxie, o melhor do grupo. Na máxima, o Maverick foi o melhor, 176 km/h, contra 174 km/h do Dodge. Dos modelos V8, foi o mais econômico, com 6,59 km/l de consumo. Na ocasião, o Chevrolet foi considerado o mais equilibrado, por seu conjunto.

É dessa época o exemplar das fotos. "Note os selos de manutenção de época no ar-condicionado", diz com certo orgulho o dono, o engenheiro paulista Dionisio Cardille. "Ele foi tirado zero pelo primeiro dono, um médico, em dezembro de 1977. O carro foi comprado dele em 2006 e hoje, aos 107 000 km, conta com 100% de originalidade", diz Cardille, que até usou o Dodge em seu casamento.

O Gran Sedan duraria mais um ano-modelo até virar história, dando lugar ao novo Le Baron 1979, que cumpriria o mesmíssimo papel até o fim das operações da Dodge no Brasil, em 1981.

Teste
QUATRO RODAS - JUNHO DE 1976

Aceleração - 0 a 100 km/h 11,47 s
Velocidade máxima - 174,17 km/h
Frenagem - 80 km/h a 0 28,52 m
Consumo - 6,59 km/l (médio)

Preço
MAIO DE 1976 - CR$ 95 983
Atualizado - R$ 107 170

O Gran Sedan era um Dart mais luxuoso

Piscas e faróis ocultos pela grade

Calotas disfarçavam as rodas de aço

Câmbio de três marchas acionado pela alavanca na direção

O rádio de três faixas era um opcional no Gran Sedan

Acabamento no quadro de instrumento imita madeira nobre

O teto de vinil e as quatro portas diferenciavam o sedã dos outros Dodge V8

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