quinta-feira, 28 de março de 2013

Páscoa e Fusca

                                                                                                       
                                                                                                      Feliz Páscoa à Todos!!!
                                       

segunda-feira, 11 de março de 2013

Barão 92


Faleceu na madrugada desta segunda-feira, 11 de março, o ex-radialista Wilson Fittipaldi, aos 92 anos. Conhecido como Barão, Wilson era pai dos ex-pilotos Emerson e Wilsinho Fittipaldi e avô de Christian Fittipaldi.Ele estava internado desde 25 de fevereiro no Hospital Copa D’Or, na Zona Sul do Rio de Janeiro, por conta de problemas respiratórios, segundo a assessoria do hospital. À pedido da família, não foram reveladas as causas da morte de Fittipaldi.
O Barão foi o fundador da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) e o primeiro narrador de corridas de automobilismo no rádio brasileiro. Uma das transmissões mais históricas de sua carreira foi justamente a do primeiro título mundial de seu filho Emerson, conquistado em 1972.
Por meio do Instagram, Emerson publicou uma foto e deixou um recado a seu pai. “Muita saudades, meu pai querido! Obrigado por tudo que você fez para a nossa familia! Te amo. Nosso patriarca foi encontrar Deus, Jesus e nossos parentes”, escreveu.
                Confesso que sempre tive o sonho de conhecer o Barão e que ele me contasse sobre aquela época maravilhosa do automobilismo brasileiro e suas histórias fantásticas. Agora acabou! Vá com Deus, Barão. Que ele lhe dê um bom lugar aí em cima. 

segunda-feira, 4 de março de 2013

FORD LANDAU


O BANCO DE TRÁS DO MAIS LUXUOSO CARRO NACIONAL DO SEU TEMPO ERA UM SÍMBOLO DE PODER

O "Sucatão", o velho Boeing 707 a serviço da presidência cujo posto ainda se encontra vago, não foi o único meio de transporte a ser motivo de preocupação nos deslocamentos do chefe da nação. No fim da década de 1980, já com uma boa folha corrida, o Landau presidencial pregava suas peças na equipe de segurança. Por vezes deixou o então presidente José Sarney a pé. Bem, quase. Como quando foi recebido com as honras de praxe na base aérea de Brasília, na volta de uma viagem à Colômbia. Depois de se despedir dos ministros, embarcou no Landau para desembarcar logo em seguida, diante da negativa do carro em se mover. O Landau 1982 ocupou a vaga principal do Palácio até 1991. Sua longevidade no poder se justificava: mesmo depois de anos sem ser produzido, nenhum nacional chegava perto dele em termos de espaço, conforto e silêncio ao rodar. Até hoje, não é raro vermos nas ruas os últimos modelos azul-clássico, que parecem flutuar sobre o asfalto.

A Ford deu novo significado à palavra "luxo" aplicada a carros nacionais com a apresentação do Galaxie 500, no final de 1966. E avançou ao lançar o modelo LTD, que passou a integrar a linha 1969. Ainda mais bem-acabado, o LTD ganhou motor de 4800 cm3, que viria a se tornar padrão para toda a linha (o original do Galaxie tinha 4500 cm3). Trazia direção hidráulica de série, ar-condicionado e uma novidade inédita entre os nacionais: câmbio automático.

Mas o mais nobre dos nossos Ford ainda estava para nascer, o que ocorreu dois anos depois, com a chegada do LTD Landau. Apesar de ter a carroceria comum a todos os Galaxie, ele era inconfundível. Na coluna traseira, sobre o vinil do teto destacava-se o ornamento em forma de dobradiça, lembrando as que eram usadas na capota das carruagens "conversíveis", os chamados landaus. No entanto, o detalhe mais marcante do carro era a pequena vigia traseira, que dava um toque exclusivo ao carro e maior privacidade a quem viajava atrás - geralmente, o dono.

Os modelos da linha Galaxie 1976 ganharam o motor 302 de 5 litros que já equipava o Maverick, mais leve e potente. O LTD Landau passou a ser só Landau e por dois anos foi fabricado apenas na cor prata continental, com teto de vinil da mesma cor. Como o que você vê nesta reportagem, uma versão com câmbio manual de propriedade do dentista Márcio Rossato. Fã dos carros americanos dos anos 70, ele vê no painel um dos grandes encantos do carro desde quando era menino. "A luz azul com a palavra 'frio' - que indica que o carro ainda não chegou à temperatura ideal - é inesquecível." Apesar de as luzes-espia quadradas terem seu charme, um termômetro fazia falta, pela tendência do motor ao superaquecimento, quando mais exigido.

Apesar de contar com um V8 de 199 cavalos, igual ao do festejado Maverick GT, desempenho nunca foi o forte do Landau, com seus 1728 quilos de peso. No teste publicado na edição de dezembro de 1975, o Ford chegou aos 154 e 158 km/h e acelerou de 0 a 100 km/h em 16 e 14 segundos, com ar-condicionado ligado e desligado, respectivamente. Por outro lado, no posto de gasolina ele não foi fraco: durante o teste, sorveu a média de 5,58 km/l.

Na hora de fazer curvas, o Landau apresenta a fatura do conforto que proporciona. A suspensão macia faz o carro adernar. Quem tivesse alguma pretensão esportiva estava no carro errado.

Algumas carências no Landau eram inexplicáveis. Como acionamento elétrico dos vidros, por exemplo. E o que dizer do antiquado módulo do ar-condicionado sob o painel, sem graduação de temperatura? Até o VW Passat já contava com ar embutido...

Em 1980 o Landau entrou na era do álcool, quando a família já não contava com o pioneiro 500, desaparecido no ano anterior, e muito menos com o entusiasmo das vendas dos primeiros tempos. Em janeiro de 1983, o Landau encerrou a dinastia dos grandes Ford por aqui.

Luzes de leitura e forração de casimira inglesa eram sinais de distinção

O câmbio podia ser automático ou mecânico e o ar ainda ficava sob o painel.

Como explicar a ausência do acionamento elétrico dos vidros

No modelo 1976, os faróis ganharam moldura na cor do carro.

A pequena vigia garantia mais privacidade aos passageiros do banco de trás.

Teto de vinil combinando com a cor prata continental e calotas de aço.