quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Dodge Dart 1970

Posto agora pra vocês o meu terceiro carro favorito (o primeiro é o Fusca e o segundo é o Gálaxie 500). Divirtam-se!
Dodge Dart 1970

ELE TINHA POMPA E CIRCUNSTÂNCIA, ALÉM DO MOTOR V8 QUE O LEVOU A ENTRAR PARA A HISTÓRIA


O Dodge Dart mostra na lata uma diferença cultural entre americanos e brasileiros. Natural de Detroit, seu nome já havia sido usado como um dos Dodge grandes de 1960 a 1962, um ano antes de identificar o “compacto” da marca. Um compacto, diga-se, com 282 cm de entreeixos e 498 cm de comprimento. Para um mercado acostumado a carros do porte do nosso Ford Galaxie, até que eram medidas nada exuberantes. O Dart nacional equivalia à linha 1969 desse “compacto” americano, mas por aqui era visto como carro grande. Enquanto lá fora, dentre as opções disponíveis, havia o motor de seis cilindros em linha e a carroceria conversível, nosso mercado jamais veria essas versões.

No Brasil, a Simca havia sido adquirida pela Chrysler, dona da marca Dodge. Sucessor do Chambord, o Esplanada saiu do Salão do Automóvel de 1966 para receber 53 modifi cações em Detroit. Foi um produto de vida curta, pois já em 1970 ele deu lugar ao primeiro Dodge nacional legítimo, o sedã Dart. Antes do lançamento, a edição de outubro de 1969 de QUATRO RODAS publicou suas impressões ao dirigir. Com o velocímetro indicando 180 km/h, “pode-se soltar o volante, que a trajetória do veículo permanece inalterada”, dizia a reportagem. E concluía: “O Dodge Dart brasileiro emociona”. Duas edições depois, o modelo finalmente seria testado.

Expedito Marazzi notava que a posição ao volante incomodava em viagens, pelo pouco recuo, pela inclinação do banco e pelos pedais altos. Outras críticas iam para embaçamento nos vidros, instrumentos de leitura difícil, falhas na vedação, dificuldade de fazer o carro dar sua ruidosa partida, engates difíceis e trepidação do capô em velocidade. Se equilibrava bem o carro, a rigidez da suspensão ficava a dever no conforto. A autonomia do tanque de 62 litros, reduzida a até 240 km, fazia perder no posto o tempo ganho na estrada.

A firmeza da carroceria era ponto positivo, bem como a temperatura estável do vigoroso motor. Apesar de o carburador se abrir em etapas, o que fazia o carro saltar na rotação de mais torque, era “agradabilíssimo calcar o acelerador e sentir o Dart arrancar, com os pneus cantando no asfalto”, disse Marazzi. “Nas subidas, o Dart continua como se estivesse na horizontal.” A fadiga dos freios a tambor custava a aparecer, segundo ele, mas incomodaria colegas em testes posteriores. O pedal era macio e sua efi ciência, satisfatória.

Há cerca de 18 anos, o exemplar 1970 das fotos passou para as mãos de um empresário paulista, atual dono do carro. O carro só precisou de um banho de tinta. “Esse é o Dodge mais puro e cru que há, sem direção hidráulica, freio assistido ou barra estabilizadora”, afirma o colecionador.

Para 1971 a Dodge lançou o Dart cupê, que em seu teste de outubro de 1970 alcançou até 181,81 km/h e se tornou o nacional mais veloz a passar pelo crivo da revista. Dois meses depois, a honraria foi assumida pelo irmão Charger R/T, com taxa de compressão mais alta e 215 cv. Direção hidráulica passou a ser opcional naquele ano. Logo em seguida, o catálogo ganhou o reforço do câmbio automático Torqueflite de três velocidades. Somados ao ar-condicionado opcional, eram itens que ajudaram a fazer do Dart uma referência em conforto, ainda que o acabamento não fosse primoroso. Em 1972, freios dianteiros a disco entraram para a lista de opcionais. Subdividida em várias versões, a linha 1973 trouxe frente e traseira novas e acabamento melhor.

Nesse ano a crise do petróleo transformou os motores V8 em verdadeiros vampiros sorvedores de combustível e de dinheiro. Ícone de um tempo de opulência, o Dart ainda foi remodelado mais profundamente para 1979, três anos depois de ser aposentado nos Estados Unidos. O Le Baron era o sedã topo-de-linha. A Volkswagen assumiria o comando da marca no país naquele ano. Penúltimo carro nacional de passeio de projeto americano – o Ford Maverick é mais recente e o Galaxie durou mais –, o Dart sairia de cena em 1981, junto com a Dodge brasileira, depois de vender 72666 exemplares. Se os tempos já eram outros, nem na América ele seria considerado um compacto hoje. Mas, para os padrões brasileiros, mesmo em 2009 seu conjunto semelhante ao do atual Chrysler 300C faria dele uma referência de luxo e vigor.

Ficha Técnica


QUATRO RODAS DEZEMBRO DE 1969
Aceleração:
0 a 100 km/h 12 segundos (pneus normais) e 12,2 segundos (radiais)
Velocidade máxima: 173 km/h (pneus normais) e 175,45 km/h (radiais)
Frenagem: 80 km/h a 0 30,2 metros (pneus normais) e 36,1 metros (radiais)
Consumo: 5,5 km/l (cidade), 7,5 km/l (a 80 km/h)


PREÇO
NOVEMBRO DE 1969 - NCr$ 23 950
ATUALIZADO - R$ 92733

A traseira sóbria é emoldurada pelo largo parachoque cromado, ao estilo anos 70
Volante fino e alavanca do câmbio de três marchas na coluna

Grafismo confuso e ausência de materiais nobres no painel

FM era para poucos: rádio original só captava ondas médias

Wilson Simonal - Eterno

Confesso que sou um grande fã de músicas antigas. Entre meus cantores favoritos está Wilson Simonal, que foi um grande cantor que infelizmente sofreu aquela cruel acusação de ser delator do Dops, um órgão de tortura do governo militar. Mas como sabemos tudo não passou de uma cruel farsa causada pelos invejosos e racistas a sua volta. Bem, estes ordinários conseguiram o que queriam ou mais ainda, acabando com a carreira dele e o fazendo cair na pobreza e no alcoolismo. acabou morrendo em 2000 por causa de uma doença no figado causada justamente pela bebida.
Uma pena! Poderia estar aqui conosco e conseguido limpar o seu nome ( coisa que sua família conseguiu fazer após a sua morte, mas já era tarde).
A única coisa que posso fazer agora é prestar-lhe uma homenagem, postando aqui no Antigos Brasileiros, um de seus sucessos: Sá Marina.

http://www.youtube.com/watch?v=jL3xK79ysn0